Mãe da menina prestou depoimento na Deam e segue presa
De acordo com a delegada Karen Viana de Queiroz, plantonista da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), que atendeu a ocorrência, a mulher não parecia estar abalada com a morte da filha e disse desconhecer quem possa ter cometido o crime.
"O tempo todo ela tentou culpar os vizinhos, perguntando porque eles não viram o que estava acontecendo. Ela confessou ainda que essa não foi a primeira vez que deixou os três filhos trancados sozinhos em casa e que realizava programas sexuais na residência", disse a delegada.
Moradores da região contaram à polícia que era recorrente a mulher trancar a casa e sair para beber, assim como era frequente a movimentação de homens no local durante todo o dia. "Vamos tentar intimar as pessoas que frequentavam a casa para pegar depoimentos, mas como o movimento era grande pode acabar existindo uma dificuldade", explicou Karen.
Durante o depoimento, a mulher contou que saiu por volta de 12h para andar por aí, voltou às 15h e saiu de novo, voltando apenas às 22h. "Ela contou que a porta dos fundos não tem tranca e fica encostada por uma máquina de lavar. Ao sair deixou a máquina na frente da porta, mas assim que chegou viu que alguém tinha afastado o eletrodoméstico para entrar na casa", relatou a delegada.
Conforme Karen, a menina estava muito machucada, com mordidas e cortes pelo corpo, segundo a delegada, "a cena era muito forte e a vítima estava bem machucada, todos ficamos extremamente abalados". De acordo com ela, o local era insalubre e quase não havia alimentos para as crianças.
O pai da menina faleceu há dois anos, os outros dois filhos da mulher são de pais diferentes e eles também devem prestar depoimentos para a polícia. "Segundo a mulher, eles não ajudavam e nem frequentavam a casa, mas devem ser intimados para depor sim", declarou Karen.
Presa em flagrante, a mãe da menina segue detida e a delegada solicitou prisão preventiva da mulher pelo crime de abandono de incapaz resultante em morte. Os dois meninos estão sob cuidados do Conselho tutelar. O caso será investigado pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
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